Neide Feijó
COMUNICAÇÃO - O Sociodrama na Educação para a Saúde: um estudo piloto na prevenção do cancro
O Sociodrama na Educação para a Saúde: um estudo piloto na prevenção do cancro
Autores: Neide Feijó1, Luís Moreira1, Joana Moreira1 e Filipe Santos-Silva2
1 – Insight: Piaget Research Center for Ecological Human Development, Instituto Piaget, Portugal
2 – i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, Universidade do Porto, Portugal
Introdução: Em Portugal, o cancro é a 2.ª causa de morte, sendo a 1.ª entre os homens. Reconhece-se a baixa literacia em cancro, sendo que 50% dos casos da doença são atribuíveis a escolhas comportamentais, o que justifica a apresentação de propostas educativas para a saúde nesta área, como estratégias preventivas.
O Sociodrama tem-se mostrado uma ferramenta pedagógica importante, quando se deseja a participação das pessoas, num processo de mudança de comportamento e na evolução de práticas criativas e mais saudáveis de vida.
Com isso, o objetivo deste estudo foi verificar se houve alteração do nível de conhecimentos sobre cancro, em estudantes do ensino superior, após a aplicação de um programa de educação para a saúde, utilizando o Sociodrama como metodologia.
Desenho do estudo: Durante o 1.º semestre letivo de 2023/24, numa Escola Superior de Saúde do norte de Portugal, aplicámos o questionário SKPaC – Students' Knowledge and Perceptions about Cancer (Conhecimentos e perceções sobre cancro; comportamentos de risco, história familiar e dados sociodemográficos) antes e depois da realização do programa de educação para a saúde, que contou com sete sessões sociodramáticas, cujos temas protagónicos foram as formas de prevenção dos diversos tipos de cancro mais comuns em Portugal. Responderam voluntariamente estudantes do 1.º ano de licenciatura: 39 do Curso de Enfermagem e 25 do Curso de Fisioterapia.
O programa de educação para a saúde foi desenvolvido junto dos estudantes de enfermagem (grupo experimental) e como grupo controle, sem intervenção, estiveram os estudantes de fisioterapia.
Avaliámos o impacto da intervenção usando GLM univariado para medidas repetidas, considerando como fatores as variáveis sexo e experiência prévia com cancro, e a idade como covariável.
Os dados foram analisados no IBM SPSS Statistics, v.29.
Resultados: Houve um aumento significativo dos conhecimentos sobre cancro nos estudantes que participaram no programa que utilizou o Sociodrama como metodologia pedagógica, sendo que esse aumento foi maior nas mulheres.
Conclusões: O estudo evidenciou a potencialidade do Sociodrama como estratégia pedagógica na educação sobre cancro, proporcionando oportunidades de reflexão e participação na construção do conhecimento, assim como treinar e criar uma narrativa de vida no sentido do empoderamento dos participantes (estudantes) sobre a sua própria saúde.