Rute Cajão
Encontra-se a iniciar
fase de supervisão em Psicodrama Moreniano.
Foi ego auxiliar em grupo com a Doutora Gabriela Moita de Maio de 2021 a Setembro de 2023.
Trabalha também no CADin (psiquiatria geral e patologias do neurodesenvolvimento no adulto) e faz consulta de jovens adultos com patologia grave de início precoce no Centro Hospitalar Barreiro-Montijo.
Desde Março de 2024 exerce funções como Vice-Presidente da Secção de Perturbações do Neurodesenvolvimento da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental.
COMUNICAÇÃO: Uma investigação fenomenológica do silêncio e sua relação com as atmosferas afetivas no psicodrama moreniano
A presente comunicação livre pretende refletir fenomenologicamente sobre o silêncio e a sua relação com as atmosferas afetivas dos indivíduos.
Partirá da exploração de autores de referência na fenomenologia filosófica (Kant, Merleau-Ponty), das suas perspetivas fenomenológicas sobre o silêncio – que pode estar carregado de experiências positivas como a criatividade e a percepção de transcendência perante a beleza (o sublime), ou de experiências negativas como o vazio e a angústia existenciais.
Através desta reflexão procurar-se-á elaborar intuições que possam ajudar o terapeuta em psicodrama moreniano a formular melhores hipóteses terapêuticas sobre os lugares internos dos protagonistas e do grupo, e a forma como esses lugares internos interagem com o curso da espera, da tomada de decisão e da mudança no processo terapêutico.
Finalmente, a reflexão fenomenológica pretenderá investigar a possibilidade de conversão da "atmosfera afetiva negativa relacionada com o silêncio" para "atmosfera afetiva positiva relacionada com o silêncio" no processo terapêutico.
Pretende-se com o presente workshop fazer uma investigação no espaço psicodramático dos papéis do silêncio no psicodrama moreniano.
Usar-se-ão como pontos de partida as seguintes hipóteses de trabalho:
- o papel do silêncio no espaço psicodramático nas várias fases da sessão psicoterapêutica;
- que papel tem o silêncio na dramatização e que espaço de investigação pode trazer;
- o silêncio do ego auxiliar como espaço de possibilidades de investigação do palco interno do protagonista;
- a influência na direção da sessão psicodramática dos lugares de silêncio existentes nos contextos social e interno de cada um dos elementos da unidade terapêutica e questões de gestão da unidade funcional relacionadas com paridade ou disparidade da relação com o silêncio de cada elemento da unidade funcional.